SURDEZ EM CRIANÇAS E INTERVENÇÃO PRECOCE
O momento do diagnóstico da surdez de uma criança é comumente muito difícil para os pais, pois diferentes sentimentos e dúvidas surgem quando estão com este diagnóstico nas mãos, podendo, muitas vezes, abalar a estrutura familiar.
No momento em que a surdez neurosensorial é confirmada, muitos sentimentos começam a aparecer e os vínculos familiares passam a estremecer. Uma nova organização familiar faz-se necessária, tanto nas questões práticas, como tempo para o tratamento e custo, quanto nas questões emocionais como culpa, medo e frustrações que vão surgindo.
A maioria dos pais costuma fazer muitos ajustes após um diagnóstico seja ele qual for e, muito dos primeiros anos são dedicados a aprender a lidar com a nova situação. Os pais que nunca tiveram acesso ao problema da surdez ficam preocupados e aflitos apenas com o "ouvir" da criança, deixando muitas vezes de olhar para as possibilidades e potencial desta. O que pode vir a comprometer e impedir a construção de uma linguagem, prejudicando assim, seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
O trabalho de Intervenção Precoce se faz necessário desde o início do diagnóstico, uma vez que ele busca integrar através de um trabalho multidisciplinar as intervenções médicas e fonoaudiológicas com as possíveis intervenções do ponto de vista emocional, pois geralmente esses pais são lançados em um mundo novo e desconhecido, com novas e complicadas questões a serem enfrentadas. Sabemos que estas situações podem afetar a relação mãe-bebê, fundamental no desenvolvimento geral da criança e na saúde emocional da família. Desta maneira o objetivo deste trabalho tem um caráter profilático, pois atua com a criança e seus pais desde os primeiros tempos do desenvolvimento global e do diagnóstico.